Madrugada ...
Não conseguia dormir e o lençol da cama, vítima sempre da minha inquietação de menina ansiosa, ficou revirado. Mesmo com o edredom eu sentia frio. Era o matelassê do colchão.
Meu beliche. Durmo embaixo e me sinto num quadrado. Vejo o estrado e conto as ripas. Elas não marcam peso algum. Minha irmã prefere o sofá da sala. Acho que não gosta de dormir nas alturas. Ela é pé no chão. A cama de cima deve conter suas ilusões de alto que ela prefere não confiar. Faz bem! Elas me invadem na cama de baixo e me deixam no ar.
Me sinto no quadrado. Quadrado mágico! Esquife.
Que me transporta para noites de descanso. E desassossego.
Uma câmara que mantêm duas temperaturas: descanso e desassossego ."E eu no meio disso tudo, sem saber” (é o que canta o Paulinho Moska no mp3).
O fato é que eu só queria dormir. E não conseguia... Noites sem norte!
São incontáveis, imutáveis e suplicáveis.
Perco as contas: dos carneiros, das músicas do mp3, das ripas do estrado de cima, do lagrimejar dos olhos e da contenção do mesmo, da perda do ar, de quantas vezes roço os pés um no outro: meu transtorno obsessivo-compulsivo _ graças a Deus ou ao Diabo _ inventaram esse nome que explica tudo o que não te explicação.
Em várias noites me TOC. Compulsivamente!
Acontece sempre ...
Não consigo dormir.
Me pesa ficar acordada. Quero dormir infinitamente!
Deitar o corpo e deixar ficar. Estático!
Só acontece o peso. O silêncio.
Quero, mas tenho náusea no sono. Acordo!
Acontece, e tenho cansaço do peso. Não durmo!
Meu TOC.
domingo, 27 de julho de 2008
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