No "coletivo" a moça estava a falar e era um hábito exasperado a busca pela comunicação: verbal, gestual... transcendental. Aos olhos de quem observava, era o outdoor do pós-modernismo: fala e gesticula e transcende o gesto, diz todas as coisas.
Um ruído na comunicação.
A ansiedade em falar parece uma defesa de si... A amiga, boa ouvinte, não se incomodava e permitia-se à função de ouvir as tantas coisas: adição de palavras, subtração dos respiros, gestos exasperados de como quem participa de um circo onde leão, trapezista e mágico disputam na vitrine a vida.
Riam-se muitas vezes, outras porém, instalava-se um silencio aterrador. Pausa para o exasperado e alivio aos tímpanos já cansados de tantos decibéis não equalizados.
Acerca das amigas, passava o mundo: ruas, avenidas, cidade, casas, altos edifícios. Palmeiras, guias, ciclovias, praças, pessoas... mais um pouco de pessoas e casas e lojas e ... mundo. Difícil manter um raciocínio tão veloz com tantas informações absolutamente diversas. Mesmo assim, por sua necessidade extrema de falar, tais distrações passavam por seus olhos como um estímulo frenético e não como um deslumbramento ao caos.
Somando- se ao "coletivo" todas as suas ações eram singulares e se traduziam em palavras. Todas: Falar e falar e falar, como se a cada palavra se recebesse o ar.
Vital.
Somando-se as palavras: os gestos. Inúmeros. Repetitivos. Pareciam súplicas de socorro, numa tentativa de salvar-se de todos os riscos ...
mas não havia salvação ... era o fato!
(continua)
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Esquizofrenia
Esquizofrenia: Afecção mental em que há relaxamento das formas usuais de asssociação das ideias, perda do contato vital com o real.
O que é real?
Real: Relativo a rei e realeza; Antiga unidade do sistema monetário de Portugal e Brasil; Unidade monetária brasileira, dividida em 100 centavos vigente desde 01/07/1994; Algo que existe de fato; Algo verdadeiro.
Ah, tá!
Alguem me empresta 100 centavos de real?
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Precisando relaxar das idéias? Pega a água de coco e senta, filho.
SENTA!
Senta na tua sorte e contempla o passar das horas, os respiros e os sussuros do dia.
De todos os dias.
Que desde de outro dia, é só este dia.
Senta e abandona o corpo: pé fincados no solo, a coluna não ajustada no escosto
Por tudo ser encosto... escora...
A cabeça: sob a Torre de Babel. Blocos desconjuntados! Argamassa exposta! Pintura arcaica.
Senta e assiste ao espetáculo, descobre nele as marcas, os desenhos e quem sabe qualquer outra idenficação mais tocante do que a vida.
Mas não viva: Sobreviva e senta!
Senta, acomoda e espera.
Exasperar? Desesperar? Pra quê? Senta de novo!
Fazer do cômodo uma víscera? Isso não é mais com você! Uma libertação: sentar! Tornar o incômodo uma matématica exata.Um movimento ósseo, muscular, obsessivo e compulsivo... e claro, adestrador!
Senta e descansa.
Relaxa. Isso! RE-LA-XA!!!
Esteja sob a Torre. Se tudo desmoronar:_ Corra!
Deixa tudo cair...
E senta logo adiante. No chão mesmo! Senta e assiste... Que formidável não fazer... não ter parte!
Ser a Inconsciência.
Relaxa e esquizofreniza. Desarticula o real e torna tudo uma torre de idéias desconjuntadas. Moldes de cadeira.
Faz um favor?!
Senta! Acomoda e incomoda! Faz da matemática exata algo real.
Quem sabe assim é mais facil entender o que é a vida!
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